segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Estudo sobre os andantes para a comunidade dos pombos, capítulo 1


        Olá, caros amigos. Atendendo a pedidos e também a uma forte vontade pessoal de entender essa espécie tão instigante com a qual convivemos, os andantes, elaborei este pequeno relatório dividido em sete capítulos, onde descrevo as características mais marcantes da espécie. Os andantes, essas criaturas complexas e misteriosas às quais emprestamos nosso território, são pacíficos e organizados, mas muitas dos motivos por trás de suas atividades e costumes permanecem um mistério para nós, questão com a qual tentarei contribuir através desta publicação. Desejo a todos uma excelente leitura!

          Dr. Pombsovski


Capítulo 1: Moradia e locomoção

     Do alto do tronco cinza sobre o qual vivo é possível observar andantes durante todo o decorrer da lua. Posso observá-los desde o momento em que saem de suas tocas, ou cavernas, até o momento em que retornam a elas, e também muito do que fazem nesse intervalo, que pode variar amplamente em duração. Para este estudo, escolhi uma família compreendida de três membros (pai, mãe e filhote) para analisar, como meio de facilitar ou até mesmo possibilitar a pesquisa. A família será melhor estudada em capítulos futuros, estando o capítulo atual dedicado a uma visão mais geral da espécie. Mas de qualquer forma, esta é ela:

Em relação à moradia, esta é muito peculiar. Em sua maioria, os andantes vivem em uma espécie de comunidade vertical, onde aparentemente várias tocas existem próximas umas das outras. A entrada e saída, no entanto, é uma só para todas as tocas. Acredito que o motivo por trás dessa reunião seja o melhor compartilhamento de recursos, como caça e colheitas, e também uma forma de impedir o furto desses recursos, seja por outros andantes de comunidades próximas ou alguma outra espécie. Aqui uma foto desta impressionante comunidade de andantes à qual me refiro (direita):

A comunidade de tocas parece abrigar também casulos de locomoção, como costumo chamá-los, e que me fascinam enormemente. São espécies de exoesqueletos que os andantes utilizam para se locomoverem mais rapidamente e também para proteção, acredito, visto que parecem realmente resistentes, e esses casulos são provavelmente confeccionados pelos andantes no interior da comunidade de tocas. Alguns andantes, no entanto, parecem não possuir casulos (seja por questão hierárquica ou de poder) e precisam parasitar casulos que já se encontram em circulação no mundo exterior. Sinto um pouco de pena dos andantes que tiveram seus casulos invadidos e infestados por outros, tornando o casulo extremamente inchado, forçando-os a parar a cada dois minutos aproximadamente, provavelmente devido ao excesso de peso. A seguir uma foto de um triste caso de infestação de casulo alheio:
 Os andantes, devido ao seu grande porte e visão frontal são provavelmente predadores e sobrevivem de caça e do colhimentos de recursos, que, como dito anteriormente, são divididos entre todos em suas comunidades de tocas. Mas eles devem ser péssimos caçadores porque geralmente voltam para suas tocas de patas vazias, apesar de passarem várias horas da lua em busca destes recursos. Mas algumas vezes eles voltam trazendo ditos recursos, que escondem de outros membros da espécie em um tipo de tecido opaco que também parece facilitar o transporte. Algumas vezes os andantes colocam esses tecidos opacos em seus casulos de locomoção para garantir que os recursos não sejam perdidos e que cheguem mais rapidamente às suas tocas. É realmente inteligente da parte deles.
         Isto é tudo por hoje, minha amada comunidade. No próximo capítulo relatarei a forma com que os andantres interagem fisicamente entre si, algo que me fascina de forma indescritível. Até lá, amigos!